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Barco construido com madeiras nobres, onde o Casco em Jaqueira, tombadilho em Jataipeba, mastros em Condurú,  Superestrutura em Sucupira e Vinhático, piso interno em Pau Roxo e Angelim, com o acabamento interno em Formica e madeira (muito prático pois não exige manutenção).

 

Construído segundo técnica milenar onde o Graminho tem papel importante (veja transcrição do texto extraido do livro "O Graminho" de Lev MarSmarcevski logo abaixo). A resistencia estrutural é é reforçada com todas as tábuas do costado da Proa até a bochecha aparafusadas com parafusos Inox caverna por caverna, da bochecha até a Aleta as extremidades da tabuas, e da Aleta até a popa elas são aparafusadas caverna por caverna.

 

Além destes cuidados, a fim de garantir a estanqueidade, a cabine de comando possui vidros blindex de 10mm e a outra parte com vidro de 6mm porem com encaixe para a colocação de placas de policarbonato disponíveis e de facílima colocação. Todas as entradas de ar da casa de máquinas são sifonadas. Em caso de mau tempo o acesso à casa de máquinas é feito pela cabine de comando.

 

A estabilidade é garantida pelo lastro de 7 toneladas em Baritina.

A ROTA DO GRAMINHO (pág. 32)

 

Entre Portugal e a Índia, surgiram, com o descobrimento do Brasil, São Salvador, fundada em 1549, paralelo 13 sul e Goa (colônia portuguesa) na índia, paralelo 13 norte.

São Salvador mais próximo de Portugal (em pouco menos de 1/3 da distância) do que Goa e Cochim, com o mar e todas as características climáticas e ecológicas quase gêmeas. Suas extensões de terras e as riquezas, naturalmente, fizeram com que Portugal desse também atenção a essa nova colônia.

Com a fartura das madeiras e as mesmas qualidades, os navios passaram a ser construídos em São Salvador. Foram trazidos da Índia grupos nativos para colonização e mão-de-obra especializada na construção naval. Os indianos tradicionalmente construíam os seus barcos lantiar e lantxara descendentes do DOAW árabe do Golfo Persico, de pequena e média tonelagem. Assim, os portugueses também assimilaram e os construíam. Os indianos, excelentes artesãos, aprenderam com os mestres carpinteiros da Ribeiras das Naus a construir navios de grande porte.

Também colonizados pelos portugueses, os indianos, eram aqui mais acessíveis e receptivos aos nativos pela parceiria na rejeição ao colonialismo de Portugal.

Da Índia vieram o graminho, o carro-de-boi, o monjolo, socador de grãos (movido a agua corrente), a casa de pau-a-pique (sopapo), a renda de bilro e muitos outros elementos da cultura indiana, que aqui chegaram no século XVI e fundiram-se com a nossa, enriquecendo-nos. Mas, talvez, as mais importantes assimilações foram o saveiro e o carro-de-boi, que por séculos transportaram homens e riquezas, através do mar e da terra, para a construção da Bahia e, em consequência, do Brasil.

 

CONSIDERAÇÕES DO MESTRE (pág. 37)

 

Um saveiro de 100 palmos terá 20 metros de comprimento de roda-à-roda e capacidade para 50 toneladas de carga de densidade média.

Uma embarcação desse tipo, construída para navegar na Baía de Todos os Santos, terá um pontal baixo por ser necessário um pequeno calado que permita a navegação em local de pouca água. Quando navega, o seu bordo vai quase todo o tempo submerso, ficando a reserva de flutuação somente na proa e na popa, proporcionada pela curva do tosamento. Estes saveiros, preferencialmente, são armados com apenas um mastro e são conhecidos como saveiros de vela de içar.

Nos barcos de barra a fora, o pontal sempre é maior, aumentando a altura do bordo e proporcionando um acréscimo na reserva de flutuação muito generoso. A estabilidade torna-se mais confiável e o saveiro fica apto a resistir melhor ao mau tempo.

Ainda nos saveiros de barra a fora, a utilização de uma maior quantidade de mastros permite maiores alternativas na composição das velas, além de um efetivo rebaixamento do centro velico, que assegura um menor momento adriçante, tornando o barco mais seguro e estável em mar aberto.

Os barcos dotados de múltiplos mastros, por terem velas individualmente menores, são mais fáceis de manobrar no mau tempo, o que resulta numa tripulação com menor número de marinheiros e consequentemente numa economia razoável, sobretudo, nas grandes viagens, como aquelas destinadas à venda de diversas mercadorias na rota de Salvador, passando pelas cidades situadas ao sul e indo até Vitória no Espírito Santo. Esses cruzeiros, realizados nas épocas anteriores à existência de estradas, podiam durar quatro meses ou ainda mais, dependendo das condições meteorológicas ou das dificuldades encontradas na comercialização dos produtos. 

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